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"Quase me queimei de novo"

  • Foto do escritor: Amanda Lorem Y
    Amanda Lorem Y
  • 10 de jun.
  • 2 min de leitura

Quando a acessibilidade na cozinha é a diferença entre o prazer e o perigo. 


Cozinhar pode parecer uma tarefa simples, até que você precise fazer isso de uma cadeira de rodas, com movimentos limitados e enfrentando móveis que não foram feitos para o seu corpo. É nessa hora que a acessibilidade na cozinha deixa de ser luxo e passa a ser questão de segurança, dignidade e até sobrevivência. 

Segundo dados do IBGE de 2022, cerca de 14 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. E mais: quase metade dessas pessoas têm mais de 50 anos, com predominância feminina. Ou seja, não estamos falando de exceção. Estamos falando de milhões de vidas. 

A história de Maria Joana Monte Claro 

Maria Joana é graduada em Serviço Social pela UNITAU e portadora de deficiência motora desde a infância. Fez reabilitação na AACD e trabalhou na Prefeitura de Ubatuba, sempre atuando em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Mas antes de tudo, é uma mulher que busca viver com autonomia e prazer e um dos seus prazeres é a cozinha. 

“Dá pra fazer de tudo nesse forninho, pessoal... até aquele frango de padaria.” 

Mas esse prazer quase foi interrompido por acidentes evitáveis. Após se queimar em um forno tradicional, ela optou por um forno elétrico com air fryer acoplada. O motivo? Segurança e praticidade. 

“Sou meio estabanada... já me queimei no forno a gás. Então escolhi o forninho porque é mais seguro e cabe direitinho na minha cozinha pequena.”   A imagem abaixo mostra o forninho elétrico usado por Maria Joana, posicionado de forma acessível em sua bancada: 


Forninho elétrico posicionado de forma acessível em sua bancada da cozinha.
Forninho elétrico posicionado de forma acessível em sua bancada da cozinha.

Maria Joana projetou sua cozinha pequena de propósito, para ter mais segurança ao se mover entre a pia e o fogão com a cadeira de rodas. 

“As pessoas reclamam do tamanho da minha cozinha... mas eu optei por isso. Não preciso ficar empurrando a cadeira de um lado pro outro. É mais seguro assim.” 

 

Acessibilidade além dos móveis 

Essa história mostra que a acessibilidade na cozinha não depende de altos investimentos. Ela começa com ouvir quem vive a rotina e entender suas reais necessidades. Bancadas mais baixas, prateleiras ao alcance das mãos, piso seguro, eletrodomésticos posicionados de forma estratégica... Tudo isso pode ser simples, barato e transformador. 

 

Na foto abaixo, é possível ver a organização funcional da cozinha de Maria Joana, com utensílios e equipamentos ao alcance das mãos: 


     Utensílios e equipamentos de cozinha ao alcance das mãos
 Utensílios e equipamentos de cozinha ao alcance das mãos


Dicas práticas para aplicar acessibilidade na cozinha 

  • Prefira cozinhas menores e compactas, que reduzam o esforço físico de quem usa cadeira de rodas. 

  • Instale prateleiras abertas e acessíveis, evitando portas pesadas ou muito altas. 

  • Evite fornos convencionais com abertura inferior, prefira modelos que abrem lateralmente ou tipo gaveta. 

  • Use piso antiderrapante e boa iluminação para prevenir quedas. 

  • Respeite o tempo e o jeito de cada um, a adaptação começa ouvindo. 

 

Por que isso importa? 

Porque acessibilidade não é sobre luxo. É sobre viver. É sobre não se queimar tentando assar um pão. É sobre continuar fazendo o que se ama com dignidade. E cada cozinha adaptada é um espaço que diz: “Você pode continuar sendo quem é, do seu jeito.” 

 

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